sexta-feira, 9 de abril de 2010

Capitalismo - essa ferida aberta

É óbvio que o capital é importante para o desenvolvimento das empresas, dos estados e dos respectivos negócios. Há alturas em que o recurso a capital é uma rampa importante para o crescimento, para impulsionar a rentabilidade e inclusive para gerar uma participação responsável ao nível social.
No entanto, o que se tem constatado, é que nos últimos anos esta importante componente, sobrepõe-se a tudo e a todos. Foco-me no todos e na componente humana que lhe está subjacente.
Muitas das vezes com o pretexto do crescimento e da valorização são ultrapassados todos os limites éticos e de responsabilidade perante a envolvente empresarial. Esta envolvente empresarial representa não só os accionistas, mas também os trabalhadores, fornecedores e por último, mas muito importante os clientes, que podem ter uma conotação diferente como utilizadores, utentes, pacientes, subscritores, consumidores, etc.
Pois é nesta franja, defino franja como a margem, o que está à volta e da qual excluo os accionistas, que se verifica o maior desrespeito. Seja pelo trabalho realizado, seja pela forma como muitas das vezes se negoceia ou pelo desprezo com que se trata o cliente.
Pede-se pois uma maior responsabilidade na justa distribuição do rendimento gerado, o chamado lucro.
Continuo a acreditar no modelo capitalista, mas não nesta forma selvática como está a ser aplicado.
Haja ponderação, bom senso e sobretudo equidade na distribuição do rendimento gerado, sendo que só desta forma se valoriza o capitalismo como modelo económico, mas também como modelo social que deveria ser.

quinta-feira, 25 de março de 2010

SCUTs - Sem Custos para os UTilizadores


A necessidade de receitas para fazer face ao déficit que temos implica sacrifícios mas deveria sobretudo implicar uma optimização das despesas, uma racionalização dos gastos mantendo uma atenção redobrada aos mais desfavorecidos.
É por isso que sou frontalmente contra a introdução de portagens em SCUTs, como é por exemplo a A28 da qual tenho um profundo conhecimento, ou não fosse um seu utilizador diário desde que abriu, aquilo que para mim continua a ser o IC1 (Itinerário Complementar 1).
Ligando directamente concelhos como são Caminha, Viana do Castelo, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos (não incluo o Porto, pois este concelho não está ligado pela A28/IC1) mas também de forma indirecta Espanha e outros concelhos como Ponte de Lima, Barcelos ou Maia, reveste-se de uma importância capital no desenvolvimento da região Norte, tão depauperada nos últimos anos.
É um facto que a região Norte tem sido do ponto de vista de desemprego a mais afectada de Portugal. É um facto que o rendimento é inferior a outras regiões, tendo inclusive vindo a descer nos últimos anos. A comprovar apresento alguns dados do INE relativos aos concelhos atravessados pela A28:


Mantendo as contas simples, a própria explicitação do quadro mostra quão injusta é a colocação de portagens nesta via. E sendo correctos não devemos incluir o Porto como fez o MOPTC (Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações) no estudo que colocou online ainda na legislatura anterior.
Acrescento a esta informação a realidade dura e crua da EN13, transformada há muito numa grande via intermunicipal com rotundas, passadeiras, semáforos e com alguns pontos onde ou é impossível ou muito difícil a circulação de pesados – Ponte que liga Esposende a Fão, as passagens na Póvoa de Varzim e Vila do Conde onde cruza o centro destas cidades...
No que a Esposende diz respeito ainda torna mais gravosa a alternativa existente, uma vez que este concelho sempre esteve isolado no que à instalação de via-férrea diz respeito. Se formos objectivos é possível fazer uma ligação do Porto a qualquer um dos concelhos por comboio ou Metro, excepto no concelho de Esposende.
E nem vale a pena falar nas ajudas que foram dadas pela UE (União Europeia) para a construção do IC1, que na altura se bem me recordo, ainda tentaram ludibriar a UE com a construção de apenas 1 faixa para cada lado. E nessa altura não me recordo de se ter falado uma única vez em custos para os utilizadores...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Porque a vida é muito mais do que consigo imaginar...

A pensar na vida, para onde ela me leva? Para onde vou?
Até parece que nem de propósito, vim parar a esta música. Primeiro no blip.fm e depois no youtube...
"Senti-me invadido por uma estranha lucidez" J. Palma.
Porque a vida é muito mais do que consigo imaginar. Do que me abarca...
Do que consigo ver...

terça-feira, 2 de março de 2010

Partidocracia - 2

Estranho o que se passa hoje em dia nos partidos...
Gente esquisita, que por um lado passam a vida à procura do líder ideal e por outro fartam-se de criar artimanhas e conluios para puxar mais por este ou por aquele ou pelo outro.
No entanto, aquele que consiga trazer o poder e assim o partilhar com "o bando", tem uma trupe que se reúne em volta do líder e o defende até à exaustão, até gastarem a verdade, até ficarem sem voz, até lhe sugarem tudo o que tenha, muitas vezes a própria dignidade.
Nem preciso ser um grande escritor de ficção. Basta constatar o que tem acontecido ultimamente...
Esta democracia representativa está gasta, gasta e pronta para ser reciclada, tal como o papel de jornal no fim de um dia em que passou por muitas mãos, olhos, mesas, etc.
Sinto que não há representação possível. Pelo menos não encontro quem me represente, nem me revejo em nenhum. Vocês encontram?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Saber ouvir

Vivemos na era do micro-segundo, onde tudo é feito e pedido para o momento. Para o curtíssimo prazo.
É assim no mundo empresarial, na política e infelizmente até na família e nas relações pessoais.
Ainda assim não nos devemos nunca esquecer de ouvir os outros, principalmente quem já cá está há mais tempo, quem tem mais experiência de vida. Em seguida parar para pensar, reflectir e dirigir a acção para o essencial.
Estas histórias de poder podre entre a politica e justiça, as empresas e governo, o futebol e os partidos e assim sucessivamente, pouco servem. 
Custa-me tanto ver a confusão e distracção que ultimamente é colocada em todo lado, com o objectivo de nos afastar... quase sempre dos outros, e pior do que isso, de nós próprios. Do pensamento livre, mas responsável.
Não quero ser nem pessimista nem negativista, mas quero ter uma atenção preocupada, com a sociedade e sobretudo com o futuro do país, das empresas e das famílias.
Para isso, saber ouvir é essencial.
Mas ouvir com inteligência, com o coração e não apenas com os ouvidos!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Poder Sábio do Povo Português

Muitas vezes se diz mal do povo português. Será justo? Terá fundamento?
Normalmente o todo tem uma consciência conjunta, capaz de superar os piores momentos e optar pela decisão em suas mãos sobre os vários caminhos que têm pela frente.
E é curioso, tomando o exemplo de um programa nacional, que pretende reconhecer o mérito numa determinada área específica, a música, que através da decisão popular, esta tenha permitido precisamente escolher os melhores. Falo do Ídolos.
A pergunta que faço é: porquê que não é assim no campo político? E nas empresas? Qual é a barreira que nos impede de escolhermos os melhores?
Que medos nos amarram?
Sem nos desfazermos deles, não saímos da cauda e dificilmente teremos progresso: político, económico mas sobretudo social.
Eu acredito nas pessoas. E acredito, que mais tarde ou mais cedo, consigam exprimir a sua liberdade na escolha e na decisão pelos melhores.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A república monárquica portuguesa


Um belo tema para iniciar a comemoração dos 100 anos da república.
Não que tenha algo contra a monarquia, a não ser no facto de a sucessão ser feita com base na hereditariedade e não pela escolha do(s) melhor(es).
E por isso mesmo, o que se vê neste país, é a perpetuação dos cargos políticos e/ou de gestão através desta relação familiar. Afinal o ADN é mesmo muito importante!
Também não tenho nada contra estes cargos serem ocupados desta forma, desde que haja um efectivo merecimento com base na formação e na experiência das pessoas.
O problema é que todos sabemos como este país funciona e a como a cunha actua, logo desde tenra idade... é na escola, na faculdade e por aí fora até aos cargos de administração.
O parlamento é uma boa aproximação com muita gente, descendente de ex-políticos e políticos... mas as empresas públicas ou as chamadas privadas mas com nomeações políticas, também.
E viva a República Monárquica Portuguesa!

P.S. Nunca percebi o porquê da mulher semi-nua.
P.S.2 Se é a mulher que representa a república porquê tão poucas no parlamento? Ah deve ser o ADN português que só se propaga nos genes masculinos!