quinta-feira, 25 de março de 2010

SCUTs - Sem Custos para os UTilizadores


A necessidade de receitas para fazer face ao déficit que temos implica sacrifícios mas deveria sobretudo implicar uma optimização das despesas, uma racionalização dos gastos mantendo uma atenção redobrada aos mais desfavorecidos.
É por isso que sou frontalmente contra a introdução de portagens em SCUTs, como é por exemplo a A28 da qual tenho um profundo conhecimento, ou não fosse um seu utilizador diário desde que abriu, aquilo que para mim continua a ser o IC1 (Itinerário Complementar 1).
Ligando directamente concelhos como são Caminha, Viana do Castelo, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos (não incluo o Porto, pois este concelho não está ligado pela A28/IC1) mas também de forma indirecta Espanha e outros concelhos como Ponte de Lima, Barcelos ou Maia, reveste-se de uma importância capital no desenvolvimento da região Norte, tão depauperada nos últimos anos.
É um facto que a região Norte tem sido do ponto de vista de desemprego a mais afectada de Portugal. É um facto que o rendimento é inferior a outras regiões, tendo inclusive vindo a descer nos últimos anos. A comprovar apresento alguns dados do INE relativos aos concelhos atravessados pela A28:


Mantendo as contas simples, a própria explicitação do quadro mostra quão injusta é a colocação de portagens nesta via. E sendo correctos não devemos incluir o Porto como fez o MOPTC (Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações) no estudo que colocou online ainda na legislatura anterior.
Acrescento a esta informação a realidade dura e crua da EN13, transformada há muito numa grande via intermunicipal com rotundas, passadeiras, semáforos e com alguns pontos onde ou é impossível ou muito difícil a circulação de pesados – Ponte que liga Esposende a Fão, as passagens na Póvoa de Varzim e Vila do Conde onde cruza o centro destas cidades...
No que a Esposende diz respeito ainda torna mais gravosa a alternativa existente, uma vez que este concelho sempre esteve isolado no que à instalação de via-férrea diz respeito. Se formos objectivos é possível fazer uma ligação do Porto a qualquer um dos concelhos por comboio ou Metro, excepto no concelho de Esposende.
E nem vale a pena falar nas ajudas que foram dadas pela UE (União Europeia) para a construção do IC1, que na altura se bem me recordo, ainda tentaram ludibriar a UE com a construção de apenas 1 faixa para cada lado. E nessa altura não me recordo de se ter falado uma única vez em custos para os utilizadores...

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